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Questões sobre o Livro Memórias Póstumas de Brás Cubas

Questões sobre o Livro Memórias Póstumas de Brás Cubas

Questões de múltipla escolha sobre Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis). Variei as alternativas corretas entre A–E e, ao final, apresento o gabarito com explicação por extenso.

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Questões

1) Quem é o autor de Memórias Póstumas de Brás Cubas?

A) Machado de Assis

B) José de Alencar

C) Joaquim Manuel de Macedo

D) Aluísio Azevedo

E) Lima Barreto

2) A forma narrativa de Memórias Póstumas de Brás Cubas é:

A) Narrador em 3ª pessoa onisciente, impessoal.

B) Narrador em 1ª pessoa: um protagonista que escreve depois de morto (o “defunto-autor”).

C) Narrativa epistolar (por cartas trocadas).

D) Romance composto por narradores múltiplos, cada capítulo com voz distinta.

E) Relato jornalístico cronológico.

3) Onde se concentra, em sua maior parte, a ação do romance?

A) Na zona rural do Nordeste brasileiro.

B) Em Lisboa e cidades portuguesas.

C) No Rio de Janeiro e nos círculos da corte urbana do século XIX.

D) Na região amazônica.

E) No interior da província de São Paulo.

4) Como Brás Cubas costuma se autodenominar ao longo do livro?

A) “O herói”

B) “O confessado”

C) “O escritor-vivo”

D) “O defunto-autor”

E) “O cronista anônimo”

5) Quem é Quincas Borba dentro do universo do romance?

A) Um rival político de Brás Cubas.

B) O pai de Virgília.

C) Um primo de Brás Cubas que se torna padre.

D) Um funcionário público que denuncia Brás.

E) Um velho amigo-filósofo de Brás Cubas, autor da doutrina chamada “humanitismo”.

6) Qual é uma característica estilística marcante da obra?

A) Ironia, digressões, capítulos curtos e linguagem inovadora que rompe com o romantismo.

B) Narrativa moralizante, sem humor, de tom religioso.

C) Estilo naturalista estritamente documental e científico.

D) Prosa paga de sonoridade poética, com versos intercalados.

E) Escrita jornalística objetiva e sem figuras de linguagem.

7) Quem é Marcela na narrativa?

A) Irmã de Brás Cubas.

B) Uma cortesã espanhola — primeiro amor juvenil do narrador.

C) A mãe de Virgília.

D) A criada que acompanha Brás até o fim.

E) A mulher que se casa com Lobo Neves.

8) Nhã-Loló (Eulália), personagem lembrada por Brás Cubas, tem qual destino?

A) Casa-se com Brás e vive feliz.

B) Torna-se esposa de Quincas Borba.

C) Morre vítima de febre amarela.

D) Emigra para a Europa.

E) Desaparece na Amazônia.

9) Entre os temas centrais do romance está:

A) A epopeia da colonização do interior.

B) A exaltação heroica do amor romântico puro.

C) A descrição técnica e neutra do trabalho escravo.

D) A sátira social, o pessimismo irônico e a reflexão sobre ambição, vaidade e hipocrisia da elite.

E) A narrativa de aventuras militares.

10) Com qual obra/autor europeu Machado estabelece diálogo formal ao adotar digressões e a “forma livre”?

A) Gustave Flaubert — Madame Bovary

B) Émile Zola — Germinal

C) Dante Alighieri — Divina Comédia

D) Victor Hugo — Os Miseráveis

E) Laurence Sterne — Tristram Shandy (influência formal)

11) Com quem Virgília casa-se no romance?

A) Lobo Neves

B) Quincas Borba

C) Prudêncio

D) Brás Cubas (oficialmente)

E) Cotrim

12) A doutrina satirizada por Machado, associada a Quincas Borba, chama-se:

A) Superiorismo

B) Humanitismo

C) Positivismo científico (sem variações)

D) Romantismo exaltado

E) Liberalismo extremo

13) Aproximadamente quantos capítulos compõem Memórias Póstumas de Brás Cubas (na edição clássica)?

A) 40

B) 80

C) 160

D) 12

E) 300

14) A dedicatória inicial do livro (uma das mais famosas) é dirigida a:

A) “À minha família.”

B) “Ao leitor honrado.”

C) “Ao jovem autor.”

D) “Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver.”

E) “À Virgem Maria.”

15) Quem é Prudêncio na obra?

A) Um político da corte rival de Brás.

B) O médico que atende Brás na infância.

C) O tutor que forma Brás nos estudos clássicos.

D) O marido de Eugênia.

E) Um menino escravo da casa de Brás Cubas, depois alforriado, cuja trajetória ilustra a condição negra/pos-escravocrata.

16) Qual é a atitude do narrador-defunto em relação à própria vida e à morte?

A) Distanciada, sarcástica e desapaixonada; encara a vida com ironia e descreve a morte como um ponto de vista novo para escrever.

B) Full de poesia mística e reverência à vida com postura religiosa.

C) Desespero trágico e arrependimento sem ironia.

D) Entusiasmo optimista: pretende elevar a moral da sociedade.

E) Exclusivamente técnico-científica, sem juízo de valor.

17) Quem é Eugênia na narrativa?

A) A irmã de Brás Cubas.

B) A “flor da moita”, segunda paixão do narrador, caracterizada por ser coxa.

C) A mãe de Marcela.

D) Uma amiga de Virgília que se torna inimiga.

E) A dona de um cortiço onde Brás faz caridade.

18) Em qual romance de Machado a ideia/doctrina do “humanitismo” é mais amplamente desenvolvida?

A) Dom Casmurro

B) Esaú e Jacó

C) Quincas Borba

D) O Alienista

E) Memorial de Aires

19) Qual recurso formal aparece com frequência na obra?

A) Versos rimados intercalados.

B) Monólogos dramáticos em estilo teatral.

C) Relatórios de jornais junto ao texto.

D) Capítulos curtos, títulos irônicos e constantes digressões metalinguísticas.

E) Narrativa cronológica rígida, sem saltos.

20) Qual é o tom final/atitude que o narrador assume em relação ao legado que deixa?

A) Tradicionalmente romântico: pede perdão e reconciliação.

B) Protesta por justiça social e propõe reformas.

C) Declaração de fé na posteridade como juíza imparcial.

D) Pedido sentimental por lembrança contínua.

E) Tom irônico e desapegado: não pretende legar virtude — dedica as memórias, com sarcasmo, ao verme e ao leitor curioso.

Questões sobre o Livro Memórias Póstumas de Brás Cubas
Veja também

Gabarito comentado (por extenso)

1 — A) Machado de Assis.

Explicação: Memórias Póstumas de Brás Cubas é obra de Machado de Assis, publicada inicialmente em folhetim em 1880 e em livro em 1881 — marco na obra do autor e na literatura brasileira. machado.mec.gov.br

2 — B) Primeira pessoa — “defunto-autor”.

Explicação: O narrador é o próprio Brás Cubas, que conta suas memórias depois de morto; por isso acostuma-se a chamar a si mesmo de “defunto-autor” e usa a condição pós-mortem para uma perspectiva livre de amarras sociais e temporais. Essa escolha dá ao romance seu tom inédito e irônico. Wikipédia

3 — C) No Rio de Janeiro (corte urbana do século XIX).

Explicação: Embora haja menções a lugares e episódios provincianos, a maior parte das cenas narradas — os salões, as relações sociais e a vida do narrador adulto — se passa nos ambientes urbanos do Rio de Janeiro do século XIX, dentro dos círculos da elite.

4 — D) “O defunto-autor”.

Explicação: Brás Cubas repete a expressão e brinca com a condição de narrador morto: sua perspectiva de “defunto” autoriza ironias, avaliações impiedosas e digressões que seriam impossíveis a um narrador “vivo”.

5 — E) Quincas Borba: amigo e autor do “humanitismo”.

Explicação: Quincas Borba é figura de destaque na obra — velho amigo de Brás Cubas e criador da estranha doutrina chamada humanitismo, que Machado ironiza (essa ideia será explorada com mais profundidade no romance Quincas Borba). Brasil Escola

6 — A) Ironia, digressões e linguagem inovadora.

Explicação: O romance destaca-se pelo tom cáustico, pela ironia sofisticada, pelos capítulos curtos e pelas digressões metalinguísticas; rompe com o sentimentalismo romântico e insere Machado numa via de renovação formal — influência de Sterne e outros experimentos narrativos.

7 — B) Marcela é uma cortesã espanhola, primeiro amor.

Explicação: Marcela surge na juventude de Brás como amor de adolescência — uma mulher vistosa, de vida leve e interesses materiais, que representa um primeiro desejo que não se concretiza em casamento.

8 — C) Morre de febre amarela.

Explicação: Nhã-Loló (Eulália) aparece como uma possibilidade de enlace para Brás, mas acaba morrendo jovem, vítima de febre amarela — episódio com impacto emocional na narrativa e que ilustra contingência e fragilidade da vida.

9 — D) Sátira social, pessimismo e reflexão sobre vaidade e hipocrisia.

Explicação: O livro faz uma crítica incisiva da elite, das ambições vazias, do cientificismo de ocasião e da hipocrisia social; o humor ácido e o pessimismo irônico atravessam a obra.

10 — E) Laurence Sterne — Tristram Shandy.

Explicação: A liberdade formal, as digressões e as brincadeiras metalinguísticas de Machado ecoam a influência de Sterne — Tristram Shandy — e de outros textos que subvertem a linearidade narrativa.

11 — A) Lobo Neves.

Explicação: Virgília casa-se com Lobo Neves, homem de carreira política; contudo, no enredo, ela mantém um relacionamento amoroso com Brás Cubas durante certo tempo, o que complica posições morais e sociais no romance. Brasil Escola

12 — B) Humanitismo.

Explicação: A doutrina inventada/propalada por Quincas Borba é chamada “humanitismo” — sátira machadiana a correntes (pseudo)científicas e a leituras sociais que naturalizam a lei do mais forte.

13 — C) 160 capítulos.

Explicação: A edição clássica do romance traz uma grande quantidade de capítulos curtos (160, na organização mais conhecida), o que reforça o ritmo fragmentado e as digressões constantes da narrativa. Wikipédia

14 — D) “Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver.”

Explicação: A dedicatória é célebre pelo tom mordaz — desde a epígrafe inicial Machado anuncia o distanciamento e o humor negro que perpassam o livro.

15 — E) Prudêncio: o escravo/menino de casa (trajetória simbólica).

Explicação: Prudêncio aparece como o “moleque de casa” na infância de Brás; depois, já livre, sua trajetória (em que chega a maltratar outros) serve como reflexão crítica sobre heranças sociais, violência e a circulação de papéis de opressor/oprimido.

16 — A) Distanciada, sarcástica e desapaixonada.

Explicação: Brás Cubas narra com desencanto e ironia — a condição de narrador morto permite que ele avalie sua vida com frieza e sarcasmo, extrair lições e desmascarar pretensões sociais sem pieguice.

17 — B) Eugênia: “a flor da moita”, coxa e segunda paixão.

Explicação: Eugênia surge como a “flor da moita”, jovem que desperta interesse no narrador mas é preterida por Brás em razão de sua condição de ser manca (coxa), episódio que revela preconceitos e pequenos calculismos sociais do personagem.

18 — C) Quincas Borba.

Explicação: A figura e a filosofia de Quincas Borba (o “humanitismo”) são tratadas mais amplamente no romance homônimo Quincas Borba, onde Machado desenvolve ironicamente essa teoria e suas consequências.

19 — D) Capítulos curtos, títulos irônicos e digressões.

Explicação: A estrutura fragmentária — com capítulos breves, títulos mordazes e constantes interrupções reflexivas — é um dos traços que tornam a leitura singular e imprevisível.

20 — E) Tom irônico e desapegado: dedica as memórias ao verme.

Explicação: No fechamento da atitude narrativa, Brás Cubas mantêm o espírito irônico e desapaixonado: não busca glória póstuma nem dá lições morais, antes faz da própria obra um gesto sarcástico (a dedicatória ao verme é emblemática desse desapego).



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