Escravocratas, de Cruz e Sousa. Poemas humorísticos e irônicos de Cruz e Sousa
ESCRAVOCRATAS
Oh! Trânsfugas do bem que sob o manto régio
Manhosos, agachados — bem como um crocodilo,
Viveis sensualmente à luz dum privilégio
Na pose bestial dum cágado tranqüilo.
Eu rio-me de vós e cravo-vos as setas
Ardentes do olhar — formando uma vergasta
Dos raios mil do sol, das iras dos poetas,
E vibro-vos à espinha — enquanto o grande basta
O basta gigantesco, imenso, extraordinário —
Da branca consciência — o rútilo sacrário
No tímpano do ouvido — audaz me não soar.
Eu quero em rude verso altivo adamastórico,
Vermelho, colossal, d'estrépito, gongórico,
Castrar-vos como um touro — ouvindo-vos urrar!
João da Cruz e Sousa
Por Blog Caderno de Educação



Compartilhe em suas Redes Sociais!
O Blog Caderno de Educação visa compartilhar conteúdo e proporcionar a troca de material e experiências com os usuários. Todas as matérias publicadas são informativas ou sugestivas e não devem ser utilizadas em substituição a informação especializada de um profissional habilitado.
0 comentários:
Postar um comentário