Poemas sobre a Morte. Sobre a morte de José do patrocínio. Emílio Nunes Correia de Meneses (Curitiba, 4 de julho de 1866 — Rio de Janeiro, 6 de junho de 1918) foi um jornalista e poeta parnasiano brasileiro, imortal da Academia Brasileira de Letras e mestre dos sonetos satíricos.
Crestada ao sol de atroz verão, pendia
A tulipa do Sonho e do Talento.
Mas quem da rara flor perto sabia
Que ela soltava o derradeiro alento?
Por que motivo hoje é tão claro o dia
E anda no céu este deslumbramento?
Da Natureza, oh! Trágica ironia!
- A terra em luto e em gala o Firmamento? –
É que Tu, mais ao céu que à terra inteira,
Estendias teu mágico domínio!
Águia pairando à cérula fronteira!
Não te queria o céu ver em declínio,
E se te chora a pátri brasileira,
Ele em pompas te aguarda, Patrocínio!
Hoje, afinal a Terra reconquista
Todo o seu grande e maternal direito,
Recebendo em seu seio o Filho Eleito,
- O, da palavra, Poderoso Artista!
Que o nunca repousado Jornalista
Tenha repouso, enfim, no eterno leito!
E aos funerais de um Justo e de um Perfeito,
O mundo inteiro comovido assista!...
Ninguém mais rico em gênio, nem mais nobre.
Entanto, Esse que baixa à sepultura,
É um nababo que morre humilde e pobre!
Negro feito da essência da brancura,
Esse que a Terra hoje em seu seio cobre,
Sóis porjeva pela pele escura!
SOBRE A MORTE DE JOSÉ DO PATROCÍNIO
I
Crestada ao sol de atroz verão, pendia
A tulipa do Sonho e do Talento.
Mas quem da rara flor perto sabia
Que ela soltava o derradeiro alento?
Por que motivo hoje é tão claro o dia
E anda no céu este deslumbramento?
Da Natureza, oh! Trágica ironia!
- A terra em luto e em gala o Firmamento? –
É que Tu, mais ao céu que à terra inteira,
Estendias teu mágico domínio!
Águia pairando à cérula fronteira!
Não te queria o céu ver em declínio,
E se te chora a pátri brasileira,
Ele em pompas te aguarda, Patrocínio!
II
Hoje, afinal a Terra reconquista
Todo o seu grande e maternal direito,
Recebendo em seu seio o Filho Eleito,
- O, da palavra, Poderoso Artista!
Que o nunca repousado Jornalista
Tenha repouso, enfim, no eterno leito!
E aos funerais de um Justo e de um Perfeito,
O mundo inteiro comovido assista!...
Ninguém mais rico em gênio, nem mais nobre.
Entanto, Esse que baixa à sepultura,
É um nababo que morre humilde e pobre!
Negro feito da essência da brancura,
Esse que a Terra hoje em seu seio cobre,
Sóis porjeva pela pele escura!
Emílio de Meneses
Leia também: Antandra - Romance II - Cláudio Manoel da Costa
Por Blog Caderno de Educação



Compartilhe em suas Redes Sociais!
O Blog Caderno de Educação visa compartilhar conteúdo e proporcionar a troca de material e experiências com os usuários. Todas as matérias publicadas são informativas ou sugestivas e não devem ser utilizadas em substituição a informação especializada de um profissional habilitado.
0 comentários:
Postar um comentário